segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Capoeira
Existem várias histórias e lendas sobre a origem da Capoeira, mas nenhuma delas tem a documentação necessária para sua confirmação, pois logo após Proclamação da República no governo de Deodoro da Fonseca, todos os documentos referentes a escravidão no Brasil foram destruídos com a desculpa dos republicanos de que queriam apagar essa vergonha da história do Brasil.
Capoeira
Com início da colonização, os portugueses viram no trabalho escravo um instrumento para o desenvolvimento desejado por eles. Tentaram, no começo, escravizar e explorar o trabalho dos indígenas que aqui já viviam, mas as características físicas e culturais, somadas à resistência ao trabalho cativo por parte dos índios, acabou não dando o resultado esperado, e a saída encontrada pelos colonizadores foi a escravidão negra, o tráfico de homens negros, trazidos do continente africano para o início de grande saga que marcou a sociedade brasileira.
Ao iniciar-se o tráfico de escravos para a América, dos negros aprisionados na África das mais variadas raças que eram trazidos e vendidos para o trabalho forçado em regime de completa escravidão, e entre elas encontramos os Gêges, Nagôs e Hauras, que se confundem com os bantu, procedentes em sua maior parte de Angola, do Congo, de Benguela, de Cambinda, de Mossamedes que foram trazidos contra sua vontade mas, naturalmente, trouxeram sua cultura, sua vivência e, com ela, a semente da liberdade que nunca morreu, mesmo na terra marcada pelos horrores da escravidão.
E que chegavam no Brasil atraves dos três maiores centros de importação da mercadoria negra: Recife, Salvador e Rio de Janeiro e eram destribuidos atraves das lavoura, aos encargos domésticos dos senhores brancos e ao trabalho nas minas, e para tornar o negro escravo os escravistas suprimiam sua cultura, sua alma e torturavam. pois somente se interessavam pelo corpo e sua força de trabalho. porém esta situação desumana a que foi submetido o negro, não foi suficiente para suprimir sua condição de ser inteiro, de corpo e alma.
É essa cultura era guardada no corpo, na mente, na vivência histórica do povo e transmitida há séculos através das gerações e que se manifestava-se por intermédio da música, da dança, da comida, da filosofia e da religião, e como o negro nunca deixou de praticar sua cultura, era comum, durante o período da escravidão, que se juntassem grupos de homens e mulheres para a cantoria, para a dança e mesmo para o culto aos orixás que também são saudados com ritmos e cantos.
E neste período e que nasce a capoeira, e segundo alguns autores, criada pelos escravos do grupo Bantú-Angoleses e Gongoleses, e nasceu conjugado aos movimentos de danças, os encontros festivos ou místicos e passaram também a ser mais uma oportunidade para a sua prática.
Já que esses encontros, principalmente os festivos, não eram reprimidos pelos donos de escravos, assim a Capoeira ganhou o acompanhamento de cantos e ritmos que acabaram incorporados eram os disponíveis e já conhecidos pelo negro com destaque para o berimbau, o atabaque e o agogô.
Capoeira
Mas foi o berimbau que ficou como uma espécie de símbolo da Capoeira, desta forma, o berimbau e considerado o mestre dos mestres na Capoeira, ganhou importância nas lutas pelas suas possibilidades rítmicas e sonoras, ganhou a função de comandar o jogo da capoeira com seus diferentes toques. Então, ao som dos instrumentos, palmas e cantorias, o negro recriava o seu universo cultural, cultivava o seu misticismo, alegrava-se ou lamentava-se e ainda se preparava para a luta, e no momento em que os feitores e capatazes passavam ao lado da festança eles acreditavam ser apenas um encontro para a "dança de Angola", que recebia esse nome em função da nação africana que mais cedeu negros para o tráfico de escravos.
E no momento em que eles se afastavam, os negros intensificava-se o treinamento e aparelhava-se cada vez mais para lutar, mesmo que um feitor parasse e ficasse admirando a dança, dificilmente compreenderia que aqueles movimentos, executados com leveza dos felinos e com a plástica de um bailarino, pudesse trazer, no seu conjunto, poderosos golpes desequilibrantes, traumatizantes e rápidos, e como nenhum povo vive eternamente sob o jogo da escravidão sem se revoltar, com o negro no Brasil não foi diferente, pois suas primeiras reações contra o cativeiro foram as fugas e as revoltas individuais e desorganizadas.
Com o tempo, sentiu a necessidade de organizar sua resistência contra o opressor e passou a planejar as fugas e a pensar as formas de luta que travaria para se libertar e para isto utilizaram a capeira, e é de aceitação geral a hipótese do jogo de agilidade corporal ter sido o instrumento utilizado pelos escravos fugitivos na defesa contra seus perseguidores, representados pela figura do capitão do mato.
Capoeira
E foi no mato que se travava a luta decisiva, e foi desse tipo de mato - a capoeira - onde os negros buscavam refúgio e ofereciam resistência aos perseguidores, que surgiu também a polêmica que por longo tempo consumiu em debates intermináveis inúmeros intelectuais que defenderam a teorias quanto à origem da expressão capoeira estabelecida na língua tupy como aquela de onde procederia a vernaculização: caá-puêra (caá = mato; puêra = que já foi) resultaria nos brasileirismos capuíra, capoêra e capoeira.

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