sábado, 24 de dezembro de 2011

Mulheres Na Capoeira

Viva As Mulheres Capoeiristas...♪



Mulher Capoeirista, Capoerista Mulher.
Como ser mãe, professora, esposa, dona de casa, mulher e ainda ser uma Capoeira?
Será audácia? Será loucura?
O desafio é grande! Mas o Amor , Nossa Paixão , nossa Garra pela Capoeira supera todos os problemas, todos os obstáculos, todas as rasteiras que levamos...

Oôh Vem Jogar Mulher , Vem Jogar, Berimbau Tá Chamando , Vem Jogar..♪♪
By: Jamylla Oliveira - Sinhazinha Capoeira Raça  

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Misturou- Mestre Toni Vargas

Misturou- Mestre Toni Vargas 

Misturou- Mestre Toni Vargas Berimbau chorou no terreiro
Sinhazinha correu pra escutar
Berimbau falou de um guerreiro
Que os negro ia libertar
Ele vem vestido com a noite
As estrelas à lhe iluminar
Tem a força do mar nas entranhas
E o poder dado por orixás
Sinhazinha tremeu assustada
Sem saber se ainda ficava ali
Berimbau então silenciou
E no terreiro apareceu Zumbi

Foi Zumbi

Sinhazinha tombou de joelhos
O rei negro então a possuiu
A noite fez-se fogo e o negro
Assim como veio partiu
Deixou a semente da raça
No ventre da terra Brasil
Misturou, misturou
Quem pensar que é só branco se enganou

Misturou, misturou

Branco, negro e índio misturou

Misturou, misturou

A semente da raça misturou

Misturou, misturou

No Brasil foi que tudo misturou

Dois gigantes se confrontam
Um feito de carvão e outro de bronze
De fundo um berimbau e um pandeiro
Cruzando o ar tal qual espadas
Fortes pernas, olhares se cruzando, se buscando
Em meio a rodopios e negaças
Enquanto um voa o outro beija o solo
De fundo um berimbau e um pandeiro
E de repente um talho, outro talho
O sangue irriga a terra e a ira
A perna sai mais forte o corpo gira
E vai ao chão um bravo capoeira
O outro triunfante e cansado
Se chega para o pé do berimbau
E canta ladainha de vitória
E pronto a inspirar mais uma história
Olha ao redor com ar de desafio
De fundo um berimbau e um pandeiro...♪

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Cantora e atriz Jennifer Lopez joga capoeira em praia de Montevidéu

Iván Franco/Efe
Cantora Jennifer Lopez joga capoeira em Montevidéu durante gravação de programa que será transmitido em 2012
Montevidéu - A cantora porto-riquenha Jennifer López deixou de lado os ritmos latinos para praticar um pouco de capoeira nesta quinta-feira (8) em uma praia de Montevidéu junto com um grupo de dançarinos que participam de seu programa "Viva! The Chosen", que será transmitido em 2012 para diferentes canais em 21 países.
Jennifer, que nos últimos dias esteve no Peru e no Chile para gravar outros quadros do programa, estava com óculos escuros, cabelo preso, calça jeans e uma camiseta vermelha sem manga.

A cantora ficou descalça logo depois de descer da caminhonete para observar na praia a apresentação dos dançarinos. Posteriormente, se aproximou do grupo e ensaiou alguns passos de capoeira.

Jennifer Lopez

Foto 3 de 10 - A cantora e atriz Jennifer Lopez tenta fazer alguns movimentos de capoeira, tradicional combinação brasileira de dança e luta na Praia dos Ingleses, em Montevidéo (8/12/11). Jennifer Lopez é uma das principais artistas latinas de sucesso dos EUA. AFP PHOTO/Pablo PORCIUNCULA
Dezenas de curiosos e repórteres acompanharam a cena de longe, devido ao cordão de isolamento imposto pela equipe de segurança da cantora. A intérprete de "On the floor" se encontra em viagem pelo continente na busca de novos cantores, dançarinos, músicos e artistas que queiram participar de "Viva! The Chosen".

Jennifer López produz o programa junto ao lado de seu ex-marido, Marc Anthony, de quem se separou recentemente e com o qual tem dois filhos, Emme e Max.

Segundo a imprensa uruguaia, a artista retomará sua atividade no país nesta tarde no Barrio Sur e pela noite no Teatro Solís, ambos no centro de Montevidéu. A cantora deve deixar o Uruguai nesta sexta-feira. 

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

O Axé contagiando, a roda esquentando, Pé vai dentro,  pé vai fora quem não pode com mandinga, não carrega patuá!...♪
Noite Sem lua


 Era uma noite sem lua,
Era uma noite sem lua,
Era uma noite sem lua
Era uma noite sem lua e eu tava sozinho
Fazendo do meu caminhar o meu próprio caminho
Sentindo o aroma das rosas e a dor dos espinhos
(refrão)
De repente apesar do escuro eu pude saber
Que havia alguém me espreitando sem que nem porque
Era hora de luta e de morte, é matar ou morrer
(refrão)
A navalha passou me cortando era quase um carinho
Meu sangue misturou-se ao pó e as pedras do caminho
Era hora de pedir o axé do meu orixá
E partir para o jogo da morte é perder ou ganhar
(refrão)
Dei o bote certeiro da cobra alguém me guiou
Meia lua bem dada é a morte
E a luta acabou
(refrão)
Eu segui pela noite sem lua
Histórias na algibeira
Não é fácil acabar com a sorte de um bom capoeira
(refrão)
Se você não acredita me espere num outro caminho
E prepara bem sua navalha
Eu não ando sozinho...♪
(Mestre Toni Vargas)
Capoeira
Existem várias histórias e lendas sobre a origem da Capoeira, mas nenhuma delas tem a documentação necessária para sua confirmação, pois logo após Proclamação da República no governo de Deodoro da Fonseca, todos os documentos referentes a escravidão no Brasil foram destruídos com a desculpa dos republicanos de que queriam apagar essa vergonha da história do Brasil.
Capoeira
Com início da colonização, os portugueses viram no trabalho escravo um instrumento para o desenvolvimento desejado por eles. Tentaram, no começo, escravizar e explorar o trabalho dos indígenas que aqui já viviam, mas as características físicas e culturais, somadas à resistência ao trabalho cativo por parte dos índios, acabou não dando o resultado esperado, e a saída encontrada pelos colonizadores foi a escravidão negra, o tráfico de homens negros, trazidos do continente africano para o início de grande saga que marcou a sociedade brasileira.
Ao iniciar-se o tráfico de escravos para a América, dos negros aprisionados na África das mais variadas raças que eram trazidos e vendidos para o trabalho forçado em regime de completa escravidão, e entre elas encontramos os Gêges, Nagôs e Hauras, que se confundem com os bantu, procedentes em sua maior parte de Angola, do Congo, de Benguela, de Cambinda, de Mossamedes que foram trazidos contra sua vontade mas, naturalmente, trouxeram sua cultura, sua vivência e, com ela, a semente da liberdade que nunca morreu, mesmo na terra marcada pelos horrores da escravidão.
E que chegavam no Brasil atraves dos três maiores centros de importação da mercadoria negra: Recife, Salvador e Rio de Janeiro e eram destribuidos atraves das lavoura, aos encargos domésticos dos senhores brancos e ao trabalho nas minas, e para tornar o negro escravo os escravistas suprimiam sua cultura, sua alma e torturavam. pois somente se interessavam pelo corpo e sua força de trabalho. porém esta situação desumana a que foi submetido o negro, não foi suficiente para suprimir sua condição de ser inteiro, de corpo e alma.
É essa cultura era guardada no corpo, na mente, na vivência histórica do povo e transmitida há séculos através das gerações e que se manifestava-se por intermédio da música, da dança, da comida, da filosofia e da religião, e como o negro nunca deixou de praticar sua cultura, era comum, durante o período da escravidão, que se juntassem grupos de homens e mulheres para a cantoria, para a dança e mesmo para o culto aos orixás que também são saudados com ritmos e cantos.
E neste período e que nasce a capoeira, e segundo alguns autores, criada pelos escravos do grupo Bantú-Angoleses e Gongoleses, e nasceu conjugado aos movimentos de danças, os encontros festivos ou místicos e passaram também a ser mais uma oportunidade para a sua prática.
Já que esses encontros, principalmente os festivos, não eram reprimidos pelos donos de escravos, assim a Capoeira ganhou o acompanhamento de cantos e ritmos que acabaram incorporados eram os disponíveis e já conhecidos pelo negro com destaque para o berimbau, o atabaque e o agogô.
Capoeira
Mas foi o berimbau que ficou como uma espécie de símbolo da Capoeira, desta forma, o berimbau e considerado o mestre dos mestres na Capoeira, ganhou importância nas lutas pelas suas possibilidades rítmicas e sonoras, ganhou a função de comandar o jogo da capoeira com seus diferentes toques. Então, ao som dos instrumentos, palmas e cantorias, o negro recriava o seu universo cultural, cultivava o seu misticismo, alegrava-se ou lamentava-se e ainda se preparava para a luta, e no momento em que os feitores e capatazes passavam ao lado da festança eles acreditavam ser apenas um encontro para a "dança de Angola", que recebia esse nome em função da nação africana que mais cedeu negros para o tráfico de escravos.
E no momento em que eles se afastavam, os negros intensificava-se o treinamento e aparelhava-se cada vez mais para lutar, mesmo que um feitor parasse e ficasse admirando a dança, dificilmente compreenderia que aqueles movimentos, executados com leveza dos felinos e com a plástica de um bailarino, pudesse trazer, no seu conjunto, poderosos golpes desequilibrantes, traumatizantes e rápidos, e como nenhum povo vive eternamente sob o jogo da escravidão sem se revoltar, com o negro no Brasil não foi diferente, pois suas primeiras reações contra o cativeiro foram as fugas e as revoltas individuais e desorganizadas.
Com o tempo, sentiu a necessidade de organizar sua resistência contra o opressor e passou a planejar as fugas e a pensar as formas de luta que travaria para se libertar e para isto utilizaram a capeira, e é de aceitação geral a hipótese do jogo de agilidade corporal ter sido o instrumento utilizado pelos escravos fugitivos na defesa contra seus perseguidores, representados pela figura do capitão do mato.
Capoeira
E foi no mato que se travava a luta decisiva, e foi desse tipo de mato - a capoeira - onde os negros buscavam refúgio e ofereciam resistência aos perseguidores, que surgiu também a polêmica que por longo tempo consumiu em debates intermináveis inúmeros intelectuais que defenderam a teorias quanto à origem da expressão capoeira estabelecida na língua tupy como aquela de onde procederia a vernaculização: caá-puêra (caá = mato; puêra = que já foi) resultaria nos brasileirismos capuíra, capoêra e capoeira.

domingo, 27 de novembro de 2011

Negro Escravo

NEGRO escravo
Iê! Faz muito tempo 
Me dói só de lembrar 
Que o negro era escravo 
Apanhava sem parar 
Acordava bem cedinho 
E com a dor da chibatada 
Que ardia e não passava 
Ia pro mato trabalhar 
Trabalhava noite e dia 
Não sonhava e mal dormia 
E nem tinha tempo pra rezar 
Por causa de tanta angústia 
O negro fez uma luta 
E fingiu ser uma dança 
Pra poder se libertar 
Assustada com essa dança 
Que tinha gosto de vingança 
A polícia proibiu 
E tentou acabar assim 
Com a capoeira no Brasil 
Mas nada disso adiantou 
A capoeira foi mais forte
 
Venceu o ódio e se firmou 
O negro agora é livre 
O pesadelo já passou 
Capoeira hoje é vida 
É arte, é poesia 
É mistério, é sentimento 
É vontade de vencer 
É vontade de cantar 
O laê laê lá 
Ô lêlê... 
"Capoeirista não é aquele que sabe movimentar o corpo mas, sim, aquele que deixa o corpo ser movimentado pela alma..."

sábado, 26 de novembro de 2011

História da Capoeira

Tema:Diversos
Autor: Jamylla Oliveira

Teriam os escravos trazido da África a capoeira ou teriam criado aqui no Brasil? Esta é uma dúvida que até hoje divide folcloristas, etnógrafos e estudiosos no assunto.

Não temos registro da existência da capoeira ou qualquer outra forma similar à capoeira no continente africano. Em 1966, Inezil Penna Marinho esteve em Angola pesquisando uma possível origem da capoeira, chegando a conclusão que ela era inteiramente desconhecida lá, quer entre os eruditos, quer entre os nativos, a cujas festas religiosas e danças guerreiras assistiu.

A situação dos negros escravos aqui e no seu país de origem era muito diferente: Lá eram livres, aqui escravos.

Logicamente foi no Brasil que a capoeira teve suas raízes formadas.

Nas práticas religiosas a que os africanos se entregavam, as danças litúrgicas, ao som de instrumentos de percussão, desempenhavam papel de grande relevância, pois o ritmo bárbaro exacerbava-lhes a gesticulação, exagerava-lhes os saltos, exercitava-os na ginga do corpo, dotando-os de extraordinária mobilidade, excepcional destreza, surpreendente velocidade de movimentos. E é a estes rituais religiosos, que pesquisadores atribuem o surgimento da capoeiragem.

Disse Charles Ribeyrolles, um francês que aproveitou o tempo vivido em nossa terra - exilado por Napoleão III - para retratar os costumes do lugar: "No sábado à noite, finda a última tarefa da semana, e nos dias santificados, que trazem folga e descanso, concedem-se aos escravos uma ou duas horas para a dança. Reúnem-se no terreiro, chamam-se, agrupam-se, incitam-se e a festa principia. Aqui é a capoeira, espécie de dança pírrica, de evoluções atrevidas e combativas, ao som do tambor do congo.".

Capoeira - Arte Marcial Brasileira Por ocasião da Guerra do Paraguai, muitos capoeiras foram enviados para a frente de batalha, lá se fizeram heróis, portadores de grande sangue frio, coragem e audácia (tendo-se em conta que a maioria dos combates exigiam muitos confrontos corpo à corpo).

Porém, a luta da Capoeira não acontece com objetivo de competição entre os camaradas. Quando o jogo degenera em luta explícita, já não ocorre a Capoeira. O objetivo da luta é tornar o capoeira senhor de si mesmo e integrado ao grupo.

 Pastinha, o Mestre da Angola

Tema:Diversos
Autor: Jamylla Oliveira


Mestre Pastinha descende de pai espanhol e mãe baiana, foi batizado em 1889 com o nome de Vicente Joaquim Ferreira Pastinha, na cidade de Salvador-Ba. Conta-se que o princípio de sua vida na roda de capoeiragem aconteceu quando tinha 8 anos, sendo seu mestre o africano Benedito, o que ao vê-lo apanhar de um garoto mais velho, resolveu ensinar-lhe as mandingas, negaças, golpes, guardas e malícias da Angola. O resultado veio logo aparecer, Pastinha nunca mais fora importunado por ninguém.

Mestre Pastinha serviu na Marinha de Guerra do Brasil, onde permaneceu por um período de 8 anos .Mestre Pastinha de tudo fez um pouco,trabalhou como pedreiro, pintor, entregava jornais, tomou conta de casa de jogo; no entanto, o que mais gostava de fazer era ensinar "a grande arte ".Pastinha conhecia a capoeira , sabia como era importante continuar aquela cultura, aconselhava que era preciso ter calma no jogo "quando mais calma melhor pró capoerista", e que a capoeira "ela é o pai e mãe de todas as lutas do Brasil. Sabia muito bem os fundamentos e os segredos existentes na capoeiragem, cantava, tocava os instrumentos e ensinava como um verdadeiro mestre deve fazer. Pastinha foi nas rodas de capoeira um autêntico mestre, um bamba na luta.

Saindo da Marinha em 1910, inicia sua fase de prof. de capoeira ,seu primeiro aluno foi Raimundo Aberê, este se tornou um exímio capoeirista, conhecido em toda Bahia .Segundo Mestre Pastinha , sua primeira academia ficava localizada no Largo do Cruzeiro do São Francisco, na rua do meio do terreiro. Pastinha dizia: "A capoeira tem muitas coisas. Primeira parte; a capoeira tem seu dicionário; segunda parte: tem seu dicionário; terceira parte: tem seu dicionário e quarta parte; tem seu dicionário".

Ensinava que quando alguém fosse falar sobre a capoeira dissesse somente o que sabia, "não vá dizer que a capoeira é o que ela não é , nem vá contar o que não viu ninguém falar , então, não vá contar aquilo que não pode contar. Não é todo mundo que vá abrir a boca e dizer eu conheco a capoeira, a capoeira é isso.Nem todos mentais, nem todos sujeitos pode abrir a boca para cantar o que é capoeira não."

Mestre Pastinha era uma pessoa bem humorada, descontraída, bastante receptivo , rico em conhecimento, seu saber transcendia as rodas de capoeira. Era uma pessoa do mundo ideal, camarada amigo, pai e irmão dos discípulos.Viveu intensamente seus longos anos dedicados à capoeira de Angola, classificou-se na história da maladragem, da malícia, como ás. Manteve em sua academia de Angola, a originalidade da eficiência da luta em momento algum fora perdido na academia de Pastinha. Ele contribuiu categoricamente com o seu talento e dedicação à capoeira para que a sociedade baiana e brasileira percebessem a capoeiragem como uma luta-arte imbatível, guerreira, que está além dos paupérrimos preconceitos que há na sociedade.

Vicente Pastinha, foi filmado, fotografado , entrevistado, gravou disco e deixou um livro , a capoeira nunca mais poderá esquecer este ás, o guardião da capoeira d'Angola. Foi lá na casa 19, no largo do Pelourinho, que funcionava a sua academia , o Centro Esportivo de Capoeira Angola fundada em 1941.Milhares de pessoas estiveram na academia, ficavam impressionadas com as cantorias, com o som dos berimbaus , pandeiros e agogôs e principalmente , com os jogos que lá rolavam. Por fim, foi feita uma reforma no sobrado, disseram ao mestre que ele não tinha com o que se preocupar, após terminadas as obras, ele voltaria para lá , seu lar, sua academia. Nunca mais se ouviu a voz de Pastinha dentro do sobrado, o povo não mais assistiu a uma maravilhosa roda de capoeira de Angola naquele velho sobrado.O Mestre Pastinha não voltou, morreu na escuridão de um quarto decadente no bairro Pelourinho em Salvador.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Bimba Foi Desafiado

Bimba foi desafiado
(Oiaia) Por um negro esquisito
De andar malandriado
Cujo nome e Benedito
Disse nao acreditava
(Oiaia) Nessa tal de capoeira
Que essa luta nao passava
De uma simples brincadeira
Logo se formou uma roda
Ali no meio da rua
Bimba desmaiou o homem
So com uma meia lua
Quando o homem despertou
Mestre Bimba assim falou
Levanta cabra safado
Que o jogo mal comecou
Benedito entao falou
Para a pequena multidao
Mas segurem Mestre Bimba
Nao quero apanhar mais nao
Na roda de capoeira
Esse homem e um cao
Camara
Ie, viva Seu Bimba...
Ie, e mandingueiro...
Ie, e cabeceiro...♪

Dandara De Palmares


Dandara, de Maquinado 
Foi esposa e guerreira de Zumbi dos Palmares
(Ê... Dandara)
Junto com ele lutava para livrar os negros da dura vida que levavam
(Ê... Dandara)
Suicidou em 6 de fevereiro de 1694
(Ê... Dandara)
Para não voltar a posição de escrava nunca mais
(Ê... Dandara)
Dandara e Zumbi foram esquecidos de serem mencionados nos livros de história
(Ê... Dandara)
Como os primeiros revolucionários das américas, protegendo Quilombo dos Palmares do império
(Ê... Dandara)
Palmares, o último refúgio e mausoléu desta triste história de amor
E por alguma razão não são considerados heróis entre os brasileiros...♪



segunda-feira, 14 de novembro de 2011

A Mandinga Que Faz O Chão Tremer


Que Mandinga é Essa ? 
Esta é uma magia que tranforma e liberta o camarada. Experiência que forma melhores pessoas. Dá rítmo e balanço. Dá equilibrio e força. Nos deixa rápido, astuto e malandro. Ensina a tocar e a cantar… Estou falando da nossa arte: a CAPOEIRA.

domingo, 13 de novembro de 2011

A vida na capoeira, contada pelo Mestre Medicina

Mestre Luiz Medicina




Luiz Oliveira Rocha, mas conhecido como Mestre Medicina conta-nos que começou a jogar capoeira ainda garoto, sua origem é de família humilde e afirma que sempre gostou de esportes, em sua época na cidade de Itabuna-BA (sua terra natal) tinha uma academia de judô, que era uma escola que se jogava pra aprender, ele fazia ginástica e corridas isso quando contava com 10 anos de idade.

Logo depois, através de um amigo, ficou sabendo da capoeira, que era uma coisa que se fazia na rua, nesse momento o mesmo amigo lhe falou de um capoeirista de rua que se chamava Antônio Rodrigues (já falecido) e que o levou para as rodas de rua em Itabuna, naquele período não existiam academias de capoeira, então começou a freqüentar as rodas de capoeira e desenvolveu uma paixão imensa, mandavam o avisar, "diga àquele menino que vai ter roda".





Em um bairro ou outro ele ia, até que um dia ouviu falar do Mestre Suassuna, o Reinaldo Ramos Suassuna, que naquela época era chamado de Nado. Disseram a ele "rapaz tem uma pessoa que ensina capoeira na rodagem de Itajuípe", logo que soube disso terminou entrando na academia porque tocava berimbau, passando assim a ser aluno do Nado, hoje Mestre Suassuna. Ele tinha uns 15 anos de idade, cerca de dois anos depois Mestre Suassuna foi embora tentar ganhar a vida em São Paulo e Mestre Medicina assumiu a academia dele, alterando o nome de ACRI - Academia de Capoeira Regional de Itabuna para ACRESI - Academia de Capoeira Regional Suassuna de Itabuna.

Em 1972 ele foi para Salvador, em seguida passou no vestibular de Medicina. No segundo ano do curso ele começou um trabalho que denominava Kilombolas, porque naquele momento as pessoas faziam muito pouco capoeira, sendo rara a sua prática. Era comum se praticar Karatê ou Taicondô.


Quando estava para formar, voltou a cidade natal para fazer o último ano de medicina e só retornou a Salvador para fazer residência, tentou fazzer capoeira como escola mas não deu certo e Mestre Dedé ficou com o grupo Kilombolas, que organizou-se como Associação.

Após terminar a residência ele foi morar na Ilha Mar Grande, lá teve uma experiência incrível com rapazes que pareciam garotos, era uma alegria, uma ausência de maldade, fazia uma capoeira alegre. Lá foi feito um trabalho com as características e garotos e este trabalho sendo chamado de "meninos da Ilha", este grupo se estabeleceu.

Depois de morar 5 anos em Mar Grande ele foi morar em Cachoeira-BA, local onde já trabalhava, durante um certo tempo ficou indo e voltando, quando por fim decidiu fixar residência lá, começou outra trabalho de capoeira, nesse momento sentia que tinha uma relação com a capoeira maior ainda, que a vivência mostrou de uma forma intíma, mais apertada, que a capoeira merece.

Aí surgiu capoeira Raça, porque a capoeira Raça identifica a capoeira, nós, como uma raça diferente, é como se fosse pessoas diferentes, era largar o domingo, era se encontrar jogar, bater papo, assim ele classificou como uma raça diferente de ser humano, que é uma raça muito especial, o que elas mais querem é aprender capoeira em qualquer idade, aí ficou a idéia do nome e de gente que vive em turmas e que busca aprender a arte da capoeira.

Esse trabalho para o Mestre Medicina foi o mais incrível porque o encontrou com mais maturidade e lógico, por isso, cresceu mais, alguns alunos que faziam kilombolas passaram a adotar postura bem parecida, passando a ver a capoeira com mais serenidade, tudo belo: a graduação, a roda, o berimbau, o canto, o uniforme e aí terminaram passando a utilizar o nome capoeira Raça, o pessoal de Maceió Salve Axé que é do Ventania, China que era do grupo Kilombolas, o pessoal de Itabuna do grupo Luiz Medicina.


O Mestre Medicina não gostava o fato de uma grupo com nome de uma pessoa que não fosse o Mestre Bimba, mas aceitou que o Mestre Magrelo (Itabuna-BA) que é seu aluno tenha atribuído o nome Luiz Medicina. Mas hoje acha muito bacana a idéia de que todas as pessoas estejam na capoeira de uma forma oculta, então aprovou essa transformação do grupo Luiz Medicina para capoeira Raça, ficando feliz por isso.


A Academia para o Mestre Medicina é uma escola de vida, é uma forma de você fazer companheiros e amigos, de você melhorar mais a sua caminhada.

Ele é médico, mas quando estava exercendo sua profissão foi que conseguiu provar a si mesmo a relação que tem com a capoeira, porque estava na medicina e fez o curso em 7 anos e passou no primeiro vestibular, contudo se desencantou dentro da medicina, na faculdade se deu conta que existia esse mundo que é esse nosso e passou a viver em outro mundo que era de estudante de medicina, que não tinha nada a ver com o outro mundo e nesse momento quase desistiu da medicina. Seu irmão que o salvou e disse-lhe: "não, você vai ficar na medicina, porque na verdade a medicina parece contigo, não existem muitas pessoas que parecem com a medicina, pessoas simples que atende às pessoas de uma forma comum, tem Doutor é logico e você vai ser um médico, uma pessoa comum como outra qualquer". Isso o salvou, ele estava em Itabuna e voltou para Salvador, cortou os cabelos e começou a fazer medicina novamente, enfrentando as dificuldades de um mundo diferenta da capoeira que ele enxerga como um mundo muito especial, que vale a pena viver, seus filhos cresceram no mundo da capoeira e acredita que por isso cresceram bem.


O seu aluno e amigo Mestre Magrelo carregava Luizinho (filho do Mestre Medicina) no colo, hoje os dois jogam nas rodas, isso é coisa da capoeira, só na capoeira se consegue isso, porque as pessoas param na idade. Ele afirma o Magrelo parou, Luizinho cresceu. ACapoeira te pára, ela não impede que você envelheça, até porque não tem como isso deixar de acontecer, isso é coisa de Deus e Deus nos ofereceu o direito e a condição, se você quiser retardar o processo, você envelhece devargazinho, de uma forma doce, bacana. A capoeira é uma dessas maneiras.